Essa edição da newsletter deveria ter sido publicada na semana passada, mas “falhei”. Digo assim, entre aspas, porque gosto de pensar que o motivo foi justo. Dediquei o último fim de semana a um objetivo muitíssimo nobre: ser total e ridiculamente feliz no meu aniversário de 38 anos.
Quem me lê com frequência já deve ter percebido que a tônica do meu 2024 é: me permitir. Com a ajuda da terapia, eu venho descobrindo que eu posso simplesmente fazer as coisas que eu ando afim de fazer. Parece óbvio (e é!), mas o óbvio precisa ser dito.
Como 38 é só um número, decidi não me preocupar com o nível de maturidade empregado nas celebrações. Sem culpa e sem preocupação com que os outros iam pensar, decidi ir para um samba na quinta, comer uma bela burrata em família na sexta, jogar boliche e fliperama no sábado e finalizar o fim de semana com um piquenique. O resultado foi libertador. Pode soar estranho, mas não tem mesmo outra forma de descrever o que eu vivi.
É que depois de anos preocupada em fazer o que era esperado de mim e me impor metas irreais, eu percebi que ser mulher nesse mundo é rolar uma pedra morro acima e nunca, nunca, nunca, chegar ao topo das expectativas alheias. Então, para que seguir tentando?
Aos poucos (e bem mais devagar do que eu gostaria), decidi começar a me libertar dessas amarras. O caminho é longuíssimo e eu nem tenho a pretensão de me livrar de todas elas - algumas já estão tatuadas em mim e funcionam como um cinto de segurança. Mas hoje, só hoje, eu vou fazer a Bela Gil e substituir minhas nóias por hábitos mais saudáveis.
Eis aqui o que eu desejo para a minha versão 3.8.
Tempo com os amigos: apesar de não ser a amiga que passa a mão no telefone e liga, eu sempre me orgulhei de ser aquela que atende, em qualquer circunstância. A questão é que a vida não é feita de emergências e já faz uns bons 10 anos que ninguém me liga pedindo socorro (graças à Deusa!). Então, é preciso se fazer presente também na calmaria.
Mais momentos ao ar livre: pé na grama (ou na areia), sol na cara e verde ao redor. Às vezes a gente só precisa disso mesmo para respirar fundo, alinhar a coluna e perceber o mundo girando para o lado certo. O Rio de Janeiro ajuda, é verdade, mas a gente precisa fazer um esforço consciente para que esses momentos aconteçam.
Mente sã em corpo são (e bonito): não vou ser hipócrita e dizer que não tenho um padrão de beleza em mente (tenho sim, tenho muito), mas a minha lombar me lembra todos os dias que ela existe e acho justo dedicar parte do meu presente a treinar para levantar da privada no futuro.
Respeitar as pequenas alegrias: isso inclui ler meu livro sossegada nas primeiras horas da manhã, almoçar vendo uma série (viva o home office!), comer uma sobremesa gostosa, comprar um livro que não estava nos planos, dar uma corridinha e ver um filme com meu marido. A vida é bela, é curta e não faz sentido dedicar 90% dela à tela do iPhone.
Fazer escolhas mais conscientes de quem eu trago para a minha vida: sejam parceiros profissionais, amizades ou até família, entra quem eu permito, fica quem eu gosto. Volta e meia precisamos nos lembrar que temos direito de escolha.
No mais, estamos vivas. Comemoremos sempre!
Curtinhas!
E por falar em 38, vai um pouco de nostalgia aí?
Cinco autores de contos que todo mundo deveria conhecer.
Ando bem apaixonada por Shirley Jackson e esse artigo explica bem o porquê.
O catálogo de férias da Livre Literatura está bom demais!
Esse post do @wolneyfernandes. <3
Descobri que Nick Hornby, um dos meus autores favoritos, está no Substack.
Me identifiquei demais com esse texto da
.O que eu estou lendo?
Nessa minha fase de mergulho no estudo da literatura e da escrita aqui da news, tenho gostado muito de ler livros sobre livros. Já falei aqui de “A Biblioteca no fim do túnel”, do Rodrigo Casarin, “Trinta Segundos sem pensar no medo”, do Pedro Pacífico, e agora o queridinho da vez é “O Vício dos Livros”, do Afonso Cruz. Fininho, daqueles que cabem na bolsa e fazem você ansiar por uma fila no mercado só pra ler mais algumas páginas. As indicações de leitura são excelentes, mas ele vale mesmo sobre as histórias curiosas que conta sobre os escritores. Fica aqui a recomendação!
E você já sabe: ao comprar qualquer item através dos links dessa news você ajuda essa produtora de conteúdo a adquirir mais livros e falar mais sobre eles, em um ciclo sem fim de bons conteúdos na internet. :)
Minha prima tinha esse brinquedo quando éramos crianças, eu sempre queria brincar e ela nunca deixava. Só um desabafo hehehehe Amei a news! Vamos nos permitir!!!
a gente precisa se permitir mais, sem se preocupar com os julgamentos alheios (porque vão julgar de qualquer jeito mesmo). é boa essa maturidade que o tempo traz.