Pronto, está dito e não dá para voltar atrás.
Mas veja bem, não é porque eu não gosto que eu não tenho time. Nascida flamenguista por obrigação familiar, fui convertida a tricolor em 2001, por um namorado disposto a me fazer mudar de ideia em relação ao futebol. A preguiça com o esporte permaneceu, mas por algum motivo eu me identifiquei e, desde então, o meu pedacinho torcedor é 100% Fluminense. O que acontece é que ele é um pedacinho muuuuuuito pequenininho no meio de um zilhão de outros interesses.
Sobre o Fluminense, eu sei que o técnico é o Diniz. Sei que muita gente não gosta dele. Sei que eu gosto do Marcelo desde o gol contra na estreia da Copa em 2014 e sigo gostando hoje. Mas também sei que ninguém jamais vai superar o Fred (pelo menos não no meu coração, porque eu tenho um fraco por homens de humor duvidoso). Sei uma ou outra fofoca de bastidores porque sou geminiana e a gente gosta de fofoca independente do nicho. Sei que sábado fomos campeões da Libertadores, não só porque a TV estava ligada na Globo aqui em casa, mas também porque moro em Laranjeiras e quando o Fluminense ganha ninguém dorme.
Sobre o esporte em si, sei reconhecer um impedimento (caso ele seja óbvio) e é só. Me basta reconhecer a bola e saber que ela deve entrar no gol para que o time marque pontos. De resto, não tenho interesse em gastar espaço no meu HD mental com o assunto.
Não sei se funciona assim em todos os lugares do Brasil (imagino que sim), mas no Rio de Janeiro dizer que você não liga para futebol é quase palavrão. As pessoas tomam como ofensa pessoal. Quando eu acrescento que não tomo cerveja nem ouço pagode, então, pronto! É o combo perfeito para eu ser posta na categoria de ET.
Estou ligando pra isso? Nem um pouco. Ok, talvez um pouco, visto que estou dedicando um texto inteiro dessa news a um assunto que não me atrai particularmente. Mas vou te dizer o que me atrai e me faz invejar os fãs de futebol: a sensação de pertencimento. Aquele sentimento de que você é uma pecinha de um quebra-cabeça muito maior e que sem você o todo não estaria completo. Sinto uma faísca disso quando vejo meus primos vestindo a camisa do time. Consigo olhar e pensar “olha, eu sou como eles, que legal”. Mas no dia a dia essa sensação se dilui a ponto de parecer inexistente.
Gosto de atormentar meu marido dizendo que não entendo sua paixão pelo Flamengo, mas entendo um pouco, sim. Gostar de futebol é uma questão de identidade, algo que se transmite por gerações. Eu, apesar de ter tido um pai flamenguista e emocionado, infelizmente não herdei essa paixão. Vim ao mundo sem esse gene, assim como vim ao mundo sem um dos sisos. Não dá para explicar, só é assim.
O curioso é que o futebol não tem equivalente. Eu amo livros assim como meu marido ama o esporte, mas se o Haruki Murakami perder mais um Nobel ninguém vai chorar. E quando eu gosto muito de um determinado autor, venho aqui ou no Instagram, comento um pouco e é isso. Nenhuma torcida, nenhuma cara pintada (embora eu ache que as Ferranters poderiam se unir, criar um hino, quem sabe escolher uma paleta de cores, desenhar uma camisa?).
Não sei e não gastarei meu tempo escasso pensando nisso. Digo apenas que somos campeões da Libertadores e isso, apesar de não fazer a menor diferença no meu dia a dia e nos meus boletos a pagar, deixa meu coraçãozinho tricolor feliz. <3
Curtinhas!
A Monica resumiu o que eu penso sobre Novembro em mais um texto delícia.
Esse guia do Rodrigo Casarin para curtir a FLIP (peço que curtam por mim!)
Ideias para um date com si mesma.
Um checklist para terminar o ano sem afobamento.
Sei que o Halloween já passou tem dias, mas é sempre bom lembrar que a data tem tudo a ver com o feminismo (e eu adorei fazer esse post).
Música nova dos Beatles, criada com a ajuda da IA. (Olha aí como dá pra usar a tecnologia sem manchar a imagem de quem já foi!)
O que estou lendo?
“As conversas que eu nunca tive com a minha mãe” é aquele tipo de livro que não se lê a qualquer hora. Não é você que escolhe, é ele quem escolhe você. Precisa estar no mood certo, sabe? Por acaso eu estava e ele bateu aqui de uma forma diferente. Tem coisa mais gostosa do que quando alguém, que você nunca viu, explica algo que você sente, mas não consegue colocar em palavras? O livro é uma coletânea de ensaios sobre a relação dos autores com as suas mães. Mães abusivas, mães submissas, mães maravilhosas, mães que seriam mais felizes caso nunca tivessem tido filhos. As experiências são diversas, felizes ou dolorosas, ou tudo isso ao mesmo tempo.
O problema é que vivemos em uma sociedade em que as mães são sempre cobradas em excesso ou louvadas ao extremo. No final, tanta pressão nos faz esquecer que elas são, acima de tudo, pessoas.
Volto a falar mais sobre ele no final da leitura, mas já deixo aqui uma indicação para quem gosta de livros leves, porém profundos.
E você já sabe: ao comprar qualquer item através dos links dessa news você ajuda essa produtora de conteúdo a adquirir mais livros, em um ciclo sem fim de bons conteúdos na internet. :)
Que a gente consiga ter esse mesmo senso de pertencimento em relação a nós mesmas, a nossa identidade e a tudo que sabemos que somos capazes de realizar 🤍✨
Apesar de estar em SP, te entendo! Meu marido (e amigos) é são paulino obcecado, acompanha futebol como se a vida dependesse disso. Eles vão aos jogos e voltam como se estivessem sob o efeito de alguma droga muito poderosa kkkk. Observo, mas não compreendo. Sou palmeirense, mas zero engajada hahaha