Essa edição da newsletter chega para vocês com um pouquinho de atraso por motivos de saúde. Finalmente fiz uma cirurgia que enrolava há alguns anos para fazer e agora escrevo esse texto com menos dois cistos nos ovários. Falo mais sobre isso em breve, mas antes vamos aos favoritos de abril?
Livros
Escrita em movimento: livrinho delicioso da Noemi Jaffe, que trata do fazer literário. Ando muito interessada em escrita de ficção e, embora ainda não tenha escrito uma linha, já sei que vai me ajudar bastante quando a hora chegar. Noemi fala de cada elemento da narrativa com muitos exemplos, do jeito que a gente gosta.
O Álbum Branco: amo ler os ensaios da Joan Didion porque gosto de ver como a mente dela funciona. Esse livro reúne textos escritos no final da década de 1960 e no início da década de 1970 e, apesar de eu amar essa época e todas as suas transformações, terminei a leitura pensando que eu teria aproveitado mais a experiência se eu fosse americana. São muitos detalhes de assuntos que não fazem parte da minha realidade, mas preciso dizer que ainda assim, essa senhora é uma das minhas escritoras preferidas.
Meu Pescoço é um horror: encontrei por acaso esse livrinho no sebo por R$ 7 e arrematei na hora porque Nora Ephron sempre me faz rir. Já falei sobre outro livro dela, o “Não me lembro de nada” em alguma edição da newsletter ano passado e esse é igualmente divertido. Antes da cirurgia estava lendo uma crônica chamada “JFK e eu: agora finalmente posso contar”, um texto delicioso sobre o absoluto nada, e só conseguia pensar “um dia gostaria de escrever assim”.
Filmes
Joan Didion, the center will not hold: apaixonada que estava decidi ver o documentário sobre a escritora na Netflix. Coincidências da vida, ele é dirigido por um dos meus crushes de infância, o Griffin Dunne. Se você der um Google agora nesse nome, provavelmente vai achar que eu sou maluca, mas explico. Quando criança, meu filme preferido era “Meu Primeiro Amor”, e Dunne interpretava o professor de literatura de Vada. Como ela, meu sonho era ser escritora e ter crush em professor de literatura, apesar de clichê, é bom demais pra deixar passar.
Voltando ao filme sobre Didion, ele narra os momentos importantes da vida da autora por uma ótica bem pessoal e intimista já que Dunne era seu sobrinho. Os depoimentos dela, já em idade bastante avançada, são o ponto alto. Imperdível!
Séries
Noite de verão: senhoras de meia-idade sem traquejo social não são exclusividade do Brasil (eu sei que você lembrou de alguma tia sua). Nessa minissérie de 5 episódios, Carina convida a família toda para comemorar o solstício de verão - uma tradição nórdica - e se prepara para dar uma notícia bombástica. Tem drama, tem comédia, tem conflito familiar e tem que ver prestando atenção - a menos que seu norueguês esteja um sucesso!
Sherlock: por conta de uma das aulas do curso “Como Analisar Narrativas”, da Livre Literatura, comecei a série pelo último episódio e mesmo assim, adorei! Sou suspeita porque gosto muito do personagem do Conan Doyle e mais ainda do Benedict Cumberbatch, então já fui com uma dose extra de boa vontade. Mas a série é toda muito bem produzida, e muito bem adaptada para os dias atuais. Curti!
Música
Karma, Taylor Swift: algumas palavras são tão batidas, que às vezes esquecemos que elas podem ter um significado mais amplo. Karma é uma delas. Normalmente usada para falar de algo ruim, quase como um castigo, nessa letra da Taylor Swift ela se aproxima do seu significado original, lá no budismo. Karma é algo como a lei do retorno: vai ser bom para alguns e muito ruim para outros. A letra é um tapa com luva de pelica, deliciosa de ouvir e de cantar.
Podcast
Podpah com Wagner Moura: em dias de extremo cansaço, faz bem ouvir algo leve que não necessariamente derreta seu cérebro. Gosto das entrevistas do Podpah por isso: eles deixam o convidado falar, fazem boas perguntas e ao mesmo tempo mantém o tom leve da conversa. Entrevistar é uma arte mesmo e não é todo mundo que domina.
Perfil
Sutilezas atômicas: desde que decidi estudar literatura e escrita mais a fundo, ando maratonando o perfil da Tayná. Parece que tudo ali é o exato oposto da ansiedade das redes, tipo uma sertralina em forma de conteúdo. AMO!
Newsletter
: acompanho os escritos da Mariana desde sei lá quando (me arrisco a dizer que o Google Reader ainda era vivo) e eles seguem sendo minha hora do recreio na internet. Recomendo inclusive a versão paga da news, sempre com dicas incríveis!Aleatoriedades
A burrata do Broto: comi e pensei “por que não recomendar essa delícia, não é mesmo?”. Ainda estou decidindo se essa categoria vai ser dedicada à comida ou se ela tem altas probabilidades de flopar, visto que eu gosto de repetir sempre os mesmos pratos e lugares. Mas na burrata do Broto acredite. Eles têm lojas espalhadas pelo Rio - e para minha sorte e azar do meu cartão de crédito, uma do lado da minha casa. Não é barato, mas vale cada centavo, tanto a burrata quanto a pizza.
Essas foram as dicas de abril. Juro que as de maio vem no tempo certo, tá? Me conta nos comentários o que você achou e fica à vontade para dividir suas dicas também!
E você já sabe: ao comprar qualquer item através dos links dessa news você ajuda essa produtora de conteúdo a adquirir mais livros e falar mais sobre eles, em um ciclo sem fim de bons conteúdos na internet. :)
Você leu "ano do pensamento mágico"? Eu quero ler mas estou com medo de ser muito baixo astral e me dar gatilho...
Eu adoro o podpah. As entrevistas seguem num ritmo de papo descontraído e inteligente.
Bom demais!
Um beijo