Outro dia eu recebi um feedback que me abalou. Minha primeira reação, como acontece com muita gente, foi me defender do comentário (pelo menos pra mim mesma). A segunda foi achar que ele era 100% verdadeiro. Logicamente, as duas atitudes são injustas, para não dizer inúteis.
Só a terceira me trouxe um pouco de paz e clareza mental. Será que existia algo naquele comentário que seria útil pra mim? Será que eu deveria prestar atenção em algum ponto? Levei pra terapia, me abri com uma amiga. E sim, sempre existe algo que a gente pode fazer diante de uma crítica, por mais dolorosa que ela seja.
Foi só depois de encarar o comentário de frente (e de lado, e de costas, por todos os ângulos possíveis) que eu percebi o real problema. Por mais competente que eu seja (e sou, sem falsa modéstia) não há nada que substitua o brilho no olho. Apesar de adorar o que faço, eu entrei no piloto automático, me tirei do processo. E se minha ausência começou a ser perceptível para os outros é porque, em diversos momentos, eu escolhi, conscientemente ou não, ignorar os meus valores e meus desejos.
A questão é que não se chega a essa conclusão impunemente. Depois que você percebe que andou quilômetros e quilômetros sem prestar atenção na estrada é inevitável se perguntar para onde está indo. Nós temos um tempo finito sobre a Terra. Com sorte, boa alimentação e exercício físico, eu devo viver mais uns 50 anos. Não seria de bom tom começar a preenchê-los com algo que realmente tenha a ver comigo? Aliás, o que é mesmo que eu quero, hein?
Perceber que essa resposta não é óbvia pode assustar à primeira vista. Mas não adianta. Ela está SEMPRE dentro da gente. Se você procura e não encontra, vai dar uma volta, beber um copo d’água, meditar, fazer terapia. Mas acredite: ela não está do lado de fora. Não está na aprovação alheia, na comparação com os outros e muito menos nas redes sociais. No fundo, no fundo, a gente sabe qual é o caminho. Ele só está escondido embaixo de umas vinte camadas de medo.
Então, eu resolvi pegar todos eles e recalcular a rota. O que eu sempre sonhei em fazer? O que eu respondia quando me perguntavam o que eu queria ser quando crescer? O que faz meu olho brilhar de verdade? Aquela tarefa que eu posso fazer por horas sem notar o tempo passar? Esse é o mapa.
A mudança é sutil (ainda mais no meio de um Mercúrio retrógrado), e nem sempre vai ser perceptível para os outros. E nem vai acontecer no ritmo da nossa ansiedade. Esse post não tem uma resposta pronta e nem receita de bolo. Mas tem uma dica que eu aprendi depois de anos de terapia: não tome o medo como um sinal do Universo para desistir. Ele é só um incentivo para você recalcular a rota quantas vezes forem necessárias.
Curtinhas!
Um projeto de estudo que anda inspirando o meu.
Utilidade pública: como saber se sofri abuso durante um atendimento médico.
10 livros para entender os povos originários.
As imagens do eclipse que eu gostaria de ter visto ao vivo.
Um curso incrível para quem gosta de escrever.
Um passeio pela Índia com uma das minhas pessoas preferidas no mundo inteiro.
O que eu estou lendo?
Sigo mergulhada em “Um Defeito de Cor” e quase não me sobra tempo para mais nada. Mas como o livro é pesado - em todos os sentidos - tenho curtido intercalar com a leitura de alguns poemas. Mario Quintana tem me saído uma ótima companhia.
Do amoroso esquecimento
Eu, agora - que desfecho!
Já nem penso mais em ti…
Mas será que nunca deixo
De lembrar que te esqueci?
E você já sabe: ao comprar qualquer item através dos links dessa news você ajuda essa produtora de conteúdo a adquirir mais livros e falar mais sobre eles, em um ciclo sem fim de bons conteúdos na internet. :)
Recalcular a rota é a melhor oportunidade que nós temos. Boa sorte na caminhada! 🩷✨
Exatamente o que eu precisava ler em uma segunda de manhã! E gostei da dica da mini oficina, obrigada por compartilhar.