Sempre me confortou a ideia de que eu fui criança e adolescente antes dos smartphones e das redes sociais, logo não existem provas materiais da idiotice própria dessa fase. Por outro lado, eu cresci achando que se ninguém próximo sentia o que eu sentia, era certo que eu vivia sozinha nesse mundo, como um ET que veio parar na Terra por puro acaso.
Hoje, é quase impossível rolar a tela do instagram sem se deparar com um post com "5 sintomas de ansiedade" ou "que tipo de ansioso você é?", o que pode disparar gatilhos em alguns, mas pra mim é um bálsamo. Agora esse cavalo galopando no meu peito às 7h da manhã sem motivo aparente não é só meu, é de todo mundo que segue os perfis de psicólogas nas redes sociais (e eu agradeço aos Céus por vocês existirem). A internet pode ser a antessala do inferno ou um portal mágico para um tratamento eficiente, dependendo de como você vê.
Minha terapeuta já tinha me instruído a não abrir mão dessa news e não parar de escrever porque esse é meu espaço seguro e livre de trabalho. Mas tem outras vantagens. Foi falando de ansiedade aqui que uma amiga psiquiatra me lembrou do fato de que remédios existem e foram feitos para serem usados (com indicação e prescrição médica, por favor). Consulta agendada, vamos fazer o que a responsabilidade manda e eu evitava porque "bem, não estou tão mal assim".
Mesmo correndo o risco de me repetir (juro que essa newsletter não é sobre ansiedade), trago esse tema pra cá novamente como um aviso. Precisamos parar com essa mania de só pedir ajuda quando o castelo de cartas já ruiu e a sanidade mental já foi pro c*@$&.
Sair das redes sociais, desligar o netflix e olhar para dentro pode ser bem doloroso, eu sei. Mas acredito piamente que enfrentar os demônios é a melhor maneira de acabar com eles. Terapia é essencial, meditação ajuda demais, e escrever… pode salvar vidas. E você? O que faz quando precisa silenciar os ruídos?
PS: Luisa, obrigada pelo puxão de orelha (e por dividir comigo o amor pelos livros, por rock decente e pelos encontros de quarta!)
Curtinhas!
Um lembrete pra gente se perdoar!
Eu não dou conta de acompanhar todas as novidades (e tá tudo bem!) (mais uma indicação maravilhosa da Anna, minha fornecedora de artigos interessantes)
O que eu estou lendo?
Por falar em repetição, saí tão extasiada da releitura de “A Casa dos Espíritos” que já emendei logo em “Paula”, também da Isabel Allende. Nesse livro, ela reconta a história da família para a filha, em coma por conta da porfíria, uma doença que altera a produção de hemoglobinas. Além de uma história de amor materno sensacional, é interessante ver os personagens reais que inspiraram a família Trueba. Recomendo demais!
Ah, e comprando qualquer livro por um dos links acima você me ajuda a comprar mais livros pra recomendar aqui. É o ciiiiiiclo sem fiiiiim!