Tá, então faz de conta que eu sou uma pessoa organizada com leituras. Faz de conta que eu sigo à risca as listas de livros por ler que eu fico rascunhando ao longo do ano. Faz de conta que em 2025 eu vou comprar menos e priorizar o que já tenho na estante. Nesse exercício de imaginação, esses seriam os doze livros que eu COM CERTEZA leria no ano que vem.
Longa Pétala de Mar, da Isabel Allende: a autora tem uma tradição: todo dia 8 de janeiro ela começa a escrever um novo livro. A minha é começar o ano com um livro dela. O escolhido da vez é essa ficção histórica que se passa na Guerra Civil Espanhola, e mostra como o poeta Pablo Neruda ajudou 2 mil espanhois a fugirem para o Chile.
Nós, Mulheres, da Rosa Montero: a jornalista espanhola reúne perfis de mulheres como Mary Wollstonecraft, Agatha Christie, Simone de Beauvoir, Frida Kahlo e muitas outras, mostrando como elas contribuíram para o avanço da humanidade em diversas áreas. Tudo isso com aquele tom ácido e bem-humorado que só Rosa tem.
Mulheres imperfeitas, da Carina Chocano: mesclando histórias pessoais com análises sobre o retrato das mulheres na cultura pop, a autora segue a mesma linha de ensaístas que eu amo, como Roxane Gay, Rebeca Solnit, Susan Sontag e Jia Tolentino. Para começar 2025 já botando fogo no patriarcado.
O ano do pensamento mágico, da Joan Didion: esse é, provavelmente, um dos livros mais conhecidos da autora. Nele, ela fala sobre o luto e o que sentiu ao perder o marido, que sofreu um ataque cardíaco fulminante na mesa de jantar. A morte, em geral, me assusta, mas nada me tira mais o chão do que essas que chegam assim, sem aviso. Terei estômago? Não sei, veremos.
Tudo é Rio, da Carla Madeira: sei que estou muito atrasada, mas sempre prefiro deixar passar o hype antes de pegar um livro muito comentado. Vai ser meu primeiro contato com a escrita da autora e já estou bem curiosa com a experiência.
Torto Arado, do Itamar Vieira Jr.: mais um que eu preferi deixar passar o hype e depois fiquei com a sensação de que deveria ter lido antes. Ando me interessando muito por livros que narram a relação entre irmãs e Belonísia e Bibiana parecem ter muito a me contar.
Stoner, de John Williams: muito recomendado por diversos amigos, esse me parece ser um daqueles livros sobre tudo e nada ao mesmo tempo. Filho de um casal muito pobre, o protagonista é enviado para a universidade, para estudar agronomia e ajudar no sustento da família. Mas lá se apaixona pela literatura, um caminho com pouca aplicação prática para quem precisa salvar os pais da pobreza.
Dias de Abandono, da Elena Ferrante: durante o jantar, uma mulher é avisada pelo marido de que seu casamento acabou. Ele se apaixonou por outra pessoa e está indo embora. A partir daí, ela começa a relatar suas experiências, suas dores e toda a raiva de alguém que foi deixada para trás. Dizem que é Ferrante na sua melhor versão. Veremos!
Grande Sertão: Veredas, do Guimarães Rosa: que os santos protetores dos leitores me ajudem nessa empreitada, mas sim, esse é o ano em que eu lerei - finalmente - o Grande Sertão. É agora que vamos descobrir se esse livro é, de fato, tão difícil quanto parece. Vou ler com um grupo de amigos, o que tende a deixar a experiência, se não mais fácil, pelo menos mais gostosinha.
Manual da Faxineira, da Lucia Berlin: eis aqui um daqueles livros que eu já comecei várias vezes, mas nunca consegui ir até o final. A desistência no meio do caminho tem mais a ver com a minha falta de foco do que com a qualidade da escrita, porque todos os contos que li eu gostei bastante. Esse ano eu vou até o fim e ninguém me segura.
Um defeito de cor, da Ana Maria Gonçalves: já podemos dizer que esse é um clássico? Nesse romance histórico, nós acompanhamos a vida de Kehinde, que é sequestrada ainda bem jovem no Reino do Daomé, trazida ao Brasil e escravizada na ilha da Itaparica, na Bahia. A personagem foi inspirada em Luísa Mahin, que teria participado da Revolta dos Malês.
O Evangelho segundo Jesus Cristo, do José Saramago: como será a história de Jesus escrita por um ateu? Essa é a questão que mais me gera curiosidade nesse livro. Até porque o ateu não é qualquer um, mas o Saramago, que é indiscutivelmente um dos meus autores favoritos. Pensei em deixar esse para dezembro, por motivos óbvios, mas tem cara de que vai furar a fila.
E vocês, o que pretendem ler em 2025? Vamos trocar figurinhas!
Curtinhas!
Esse episódio do podcast Daria um Livro, com a Tamara Klink.
Nesse período de recesso (para alguns) um questionamento muito pertinente: e se a gente ficasse dois anos sem internet?
Um texto certeiro sobre a raiva.
Uma paz para o olhar.
A criatividade em ação.
O que eu estou lendo?
Achei Futuro Ancestral dando sopa aqui em casa e resolvi parar pra ler. São tantas reflexões em quatro textinhos curtos que acho que merece uma newsletter só para falar dos insights, mas já digo que Ailton Krenak é necessário para abrir nossos olhos e mostrar outras formas (menos predatórias) de ver o mundo. Leitura imperdível para quem já tem filhos ou ainda está pensando em colocar mais um ser humano na Terra.
E não custa lembrar: os livros que eu cito aqui nessa newsletter sempre vêm acompanhados de um link de afiliado da Amazon. Ao comprar qualquer item através desses links, eu ganho uma pequena porcentagem e você não paga nada mais por isso. Vamos ajudar essa produtora de conteúdo a adquirir mais livros e falar mais sobre eles, em um ciclo sem fim de bons conteúdos na internet? :)
Eu não vejo a hora de saber a sua opinião sobre alguns livros: Tudo é rio, Um defeito de cor, Torto Arado e Dias de Abandono.
Vai amar grande sertão, tem passagens tão lindas quanto inteligentes! ❤️