A vida não é um Toddynho gelado. E nem banho frio às 5h da manhã.
#15 Zero Pretensões e Sentimentos Aleatórios
As redes sociais pagam metade das contas aqui de casa então vocês jamais vão me ouvir falar mal da internet. Mas uma coisa é certa: se a gente não prestar muita atenção, corre o risco de acreditar que a vida é binária como faz supor o instagram.
A polarização não é só política. Rolam por aí duas trends opostas: a dos coaches, que acham que tudo é possível se você acordar cedo, tomar banho gelado e tiver o mindset correto; e a da galera da autoestima, que preza pela autoindulgência, acolhimento e deus me livre se a vida for só um cadinho desconfortável.
Entre o chicote e geração snowflakes, pra que lado você cai? Confesso que só nesse ano de 2022 oscilei para os dois lados como se eu fosse um pêndulo. Resultado? Crises de ansiedade atrozes - porque achava que sempre dava para forçar um pouco mais - e muitos quilos extras, por que tem coisa mais acolhedora que brigadeiro no meio da tarde? Não tem.
Buda – que não estava nas redes sociais praticando o gratilove – já pregava o caminho do meio. E acho que é o que tem faltado para todos nós. O raio do equilíbrio. Dormir enquanto eles dormem sim, por favor, mas parar de achar que a vida é Netflix, edredom, a gente merece tudo e quem discorda é tóxico.
A realidade é que construir a vida que a gente quer demanda tempo, esforço e paciência. Esticar e afrouxar a corda conforme a necessidade é um dos maiores desafios dos nossos tempos porque trabalhamos constantemente com a comparação, enquanto tentamos não surtar. Não tem receita de bolo e nem vejo como sair desse surto coletivo individualmente. Mas fica aqui o convite pra gente enxergar mais as zonas cinzas.
Da semana
Declarar ou não declarar o voto nas redes sociais, eis a questão. Para quem encara o Instagram profissionalmente, essa não é uma pergunta muito fácil de ser respondida. Afinal, 54% das pessoas dizem que deixariam de contratar alguém por um posicionamento político oposto ao seu. E aí, como é que paga os boletos então? Acho curioso ver as estrelas se posicionando e dizendo que “não estamos no momento de nos omitir por medo de perder seguidores ou contratos”. Concordo 100%. Dá cá metade do valor de um publi seu e eu grito meu voto num megafone.
Tá, to sendo um cadinho hipócrita. Absolutamente de graça eu postei meus 13 livros vermelhos e to usando meus melhores amigos de palanque. Mas entendo quem não faça o mesmo. Sem julgamentos por aqui. Faça o que tu queres (mas por favor, não aperte 22 na urna).
Curtinhas!
Essa frase me representa 100%. E vai representar mais ainda em 2023. Aguardem.
Eu choro TODA VEZ!
Já desenvolvi um crush nesse rei (sim, eu tenho 12 anos. Não, eu não ligo).
Mês do Halloween chegando e eu já to aqui preparando minha listinha de leitura! Nessa lista tem 15 autoras que escrevem livros de terror.
O que eu estou lendo?
“A Inquilina de Wildfell Hall”, da Anne Brontë, se arrasta a passos de cágado manco. Cadê um anti-herói como o Heathcliff, que a gente ama odiar? Em compensação, tive meu primeiro contato com Andrea Camilleri, escritor italiano criador do detetive Montalbano. Um humor bem Luís Fernando Veríssimo em um gênero que quase sempre é meio tenso. Curti!