Outro dia, fazendo um curso de branding e marca pessoal, ouvi de uma das professoras que até o final da vida profissional, a gente ainda deve fazer algumas transições de carreira. Isso porque a tecnologia não para de criar novos mercados, novas possibilidades, novas profissões. E muito provavelmente, a gente ainda vai se encantar com outras coisas ao longo do caminho. Pois bem, hoje eu descobri minha nova profissão: vou ser book stylist.
Já ouviu falar nisso? O “estilista de livros” é o sujeito responsável por selecionar títulos para outras pessoas mostrarem por aí. Sim, isso existe. E se é a mais nova fake news do mundo da moda, eu digo que deveria existir. Juro, não tem um pingo de ironia aqui.
Acompanhem o raciocínio: os livros, assim como as músicas, séries, filmes, roupas, lugares que frequentamos, dizem muito sobre nossa personalidade. Se já existe um profissional que consegue traduzir toda a nossa essência em vestimenta, comunicando que nós somos, por que não fazer o mesmo com produtos culturais? Eu ia achar o máximo alguém que me fizesse uma curadoria de livros, podcasts, artigos e tudo o mais sobre temas que eu amo e que me representam. Não é uma excelente forma de cortar caminho e economizar tempo nesse mundo saturado de conteúdo?
Esse diálogo entre moda e literatura não é recente, mas vem ganhando força nos últimos anos: a Chanel agora tem seu próprio clube do livro, Otessa Moshferg, autora de “Meu ano de descanso e relaxamento” desfilou na Semana de Moda de Nova York e escreveu um conto lido no desfile da Proenza Schouler. A Dior se inspirou em “On the Road”, do Kerouac, e a Louis Gabriel Noushi se inspirou em “As Ligações Perigosas”, para suas últimas coleções. Kendall Jenner apareceu lendo um livro de ensaios e virou um frisson.
Se tudo isso é real ou se é um mero apelo de vendas, eu não sei. Mas a adolescente que se sentia desencaixada por gostar de livros e moda – numa época em que ou você era patricinha ou era nerd – hoje vai dormir em paz.
Da Semana
Em poucas palavras? Ansiedade. Medo. Um pouco de desesperança, talvez? Cheguei a comentar nos stories que eu ando me sentindo um pêndulo, oscilando entre a vontade de estudar mais sobre política e mudar o mundo e a necessidade de me esconder em uma concha. Não sei quem vai ganhar até domingo.
Curtinhas!
Semana passada eu disse que não queria ler Annie Ernaux tão cedo, certo? Pois bem. Hoje deu muita vontade de me inscrever nesse curso aqui. Imagina @Julianacunha e @manueladavila em um só lugar?
Por falar em curso, me inscrevi na Oficina Literária da Débora Tavares e da Babi Bom Angelo sobre “Pessoas Normais”, da Sally Rooney. Tenho tempo? Não. Tenho como perder essa oportunidade? Jamais.
Um lembrete:
Esse episódio do “Mil e Uma Tretas” sobre ser madrasta, essa relação muito louca, confusa e bela que mostra que o amor pode ser doce e complexo.
O que eu estou lendo?
“A Biblioteca da meia-noite” é um livro agridoce, desses que falam de assuntos complexos com uma leveza que chega a causar estranhamento. A linguagem é quase YA, mas a vida de Nora, uma mulher que convive há anos com a depressão, não tem nada a ver com as narrativas do gênero. Depois de tentar o suicídio, ela vai parar na biblioteca do título, onde encontra livros com outras versões de sua própria vida. Como seria se ela tivesse escolhido outro caminho? É impossível não refletir sobre os próprios arrependimentos durante a leitura, então tome cuidado com o momento em que você vai ler esse livro, hein?
ai, felizona que você vai participar da oficina <3