A vida era mais fácil na infância, quando a gente inventava histórias mirabolantes e torcia para o mundo acreditar. Eu queria muito ter uma explicação bem bonita para o meu sumiço aqui nesse espaço, mas a realidade é trivial e sem graça: a tal da sobrecarga física e mental.
Os últimos meses do ano me sacudiram. Não existe outra palavra. Parece que meu mundinho foi chacoalhado por um gigante e nada mais voltou para o lugar. No meio de tanta turbulência, acho que perdi minha voz, sabe? O excesso de referências faz isso com a gente às vezes. Quem sou eu, quem é o outro, eu tenho algo a dizer sobre isso ou falo só para fazer eco?
Bom, cá estou eu, feito o cão arrependido da piadinha do Chaves, como se não tivesse sumido por muitas semanas. A cara de pau às vezes é uma benção, não é? Mas aqui, contando um segredo com exclusividade nesse espaço, uma das minhas resoluções para 2023 é viver da minha escrita e, para isso, eu preciso… bem, ESCREVER.
Perdão pela obviedade, os próximos textos não serão assim. Mas como bem disse o ministro Silvio Almeida (em um discurso bonito de ver, aliás), o óbvio precisa ser dito. Aliás, essa é outra resolução importante para o ano que está começando: ao invés de gastar energia querendo fazer algo muito disruptivo, muito fora da caixinha, focar na constância e no básico bem feito. Muitas vezes a inovação vem da prática, do treino e da repetição. Afinal, a vida é feita de paradoxos, não é mesmo?
O que você pode esperar ver por aqui? Eu mesma, pelo menos uma vez por semana. Com este mesmo humor “o gato ou o Kiko” que vocês já conhecem e talvez uma dose maior de sanidade mental. Sim, a terceira meta é evitar ao máximo o surto e a perda do réu primário.
E vocês, o que andaram prometendo por aí?
Da semana
Vocês viram que lindo? O Brasil voltou a ter presidente! E ministros! E gente que não governa na base do ódio. Não é bonito? Eu pouco vi a posse, mas os trechinhos que assisti já encheu meu coração de esperança.
Enquanto isso, na esfera privada, ainda estou tentando me acostumar com a primeira semana do ano e tentando superar a última. Em uma newsletter recente, Austin Kleon falou sobre a chamada “Dead Week”, esse período maravilhoso entre Natal e Réveillon.
“Dead Week… é uma semana de folga do movimento de avanço do resto do ano. É um tempo contra a ambição e contra o esforço. Tudo o que esperávamos terminar ou acabou ou não vai acontecer esta semana, e todos os nossos sucessos e fracassos do ano anterior já estão computados. É tarde demais para tudo; Dead Week é o luxuoso alívio da desistência.
O que estou fazendo com Dead Week não é desistir, mas deixar o ano passar.
Dead Week para mim este ano é uma pausa (embora, uh, eu ainda esteja escrevendo este boletim, eu acho), olhando para trás e relaxando.
Aqui estão três coisas que planejo fazer……”
É isso, o que deu, deu, o que não deu… ficou para agora. Então é arregaçar as mangas e encarar 2023.
Um feliz ano novo para todos nós!
Curtinhas!
Perguntas para se fazer todo final de ano (ainda dá tempo!)
Esse discurso lindo do Silvio Almeida que eu comentei lá em cima.
Ao que você NÃO quer se adaptar em 2023?
Chico Felitti tá de podcast novo! Já ouviram?
O que eu estou lendo?
Janeiro começou com boas leituras. Além do excelente “Amada”, da Toni Morrison - a primeira leitura do ano do Lendo Mulheres Clássicas (que em breve será reformulado) - resolvi engatar em mais um da Isabel Allende. Temos uma nova escritora favoritada por aqui? Muito provavelmente. “Mulheres de minha alma” é um passeio por todas as referências que tornaram Isabel Allende a feminista que é hoje e uma maneira bonita de mostrar como o nosso repertório está muito ligado à nosso identidade. Esse é um assunto, inclusive, que eu quero explorar em breve.
Já já volto a falar sobre ambas aqui!
E lembrando: ao comprar qualquer item na Amazon, acessado através de qualquer link dessa newsletter, você ajuda essa produtora de conteúdo a comprar mais livros e ter mais assunto para conversar com vocês! :P
Que bom te ter de novo por aqui!