A gente precisa ter opinião sobre tudo?
Quem passou dos 30 deve se lembrar de uma época no jornalismo brasileiro onde o Caetano Veloso era chamado para comentar QUALQUER COISA. E quando eu digo qualquer coisa, estou me referindo a absolutamente todos os assuntos, de música à política externa, passando pela coxinha do boteco mais próximo. Nada contra Caetano, que eu amo e sempre vou defender. Mas é que é humanamente impossível ter opinião sobre todos as coisas que nos cercam. Curiosamente, anos depois, é bem isso que a galera da internet tem cobrado, vai entender...
Com a Guerra da Ucrânia esse sentimento de “preciso-expor-a-minha-opinião-mesmo-que-eu-ainda-não-tenha-uma” tem ficado mais exacerbado. E como, pelo menos num mundo ideal, para se posicionar é preciso entender do que estamos falando, a gente acaba entrando num furacão de notícias, manchetes, vídeos, análises, tweets, que... Sei lá, tem me rendido algumas crises de choro e muito cansaço mental.
Ao mesmo tempo, não sou muito dessa nova corrente de influenciadores que defende a ideia do “faça o seu, não se envolva no que você não pode mudar”. Não tenho lá muita certeza de que esse é o caminho. E isso eu digo não só porque a faculdade de jornalismo me fez acreditar que é importante nos mantermos bem informados, mas também por um motivo simples: quanto mais auto focados somos, mais ansiosos nos tornamos. Quem disse isso foi a musa @nilmaquariguasi em uma das suas aulas e eu concordo em gênero, número e grau.
Olhar o outro, entender o que se passa no mundo e numa realidade diferente da minha é também uma maneira de sobreviver nesse estado de coisas caótico. O desafio é – como tudo na vida – encontrar o equilíbrio entre o excesso de informação e a alienação total. Se você tiver descoberto caminho das pedras, me conta?
Da semana
E aí o Putin invadiu a Ucrânia e dominou os jornais, as redes sociais e um triplex na minha mente. Por sorte, no Rio tá rolando Carnaval e eu pude curtir o feriado do jeito que eu gosto: com livros, ar-condicionado e brigadeiro, na paz do meu lar. Nem um grãozinho de purpurina sujando a casa.
Brincadeiras à parte, esses últimos dias me lembraram da importância da pausa, principalmente para quem trabalha com produção de conteúdo. Não dá pra dizer que eu to zerada, mas já consigo dizer meu nome sem ter que fazer um esforço pra me lembrar dele!
Curtinhas!
Ainda sobre a guerra e a obrigação de se posicionar, a @brufioretti fez esse post preciso, com tudo o que eu queria ter escrito. Vale ler e vale segui-la.
Ranking de melhores livros e melhores filmes são sempre polêmicos, mas... Essa lista foi gerada a partir de 130 melhores listas de livros, das mais variadas fontes. Um algoritmo foi usado para criar uma lista-mestra, levando em consideração aqueles que se repetem com frequência. Ah, e tem 10 brasileiros na lista!
Deu até uma vontade de fazer um projetinho de leitura...
Ainda sobre livros, se você gosta de seguir indicações de famosos, esse site reúne dicas de personalidades como Elon Musk, Steve Jobs, Elizabeth Gilbert, John Green e Emma Watson.
O que eu to lendo no momento?
Depois de mergulhar em “Os homens que não amavam as mulheres”, primeiro volume da trilogia Millenium, e me apaixonar, eu passei pra algo bem diferente. Em “Antropoceno: Notas sobre a vida na Terra”, John Green sai da seara dos romances adolescentes para escrever algo bem diferente: uma série de crônicas sobre assuntos como Banco Imobiliário, Super Mario Kart e os Pinguins de Madagascar. E acredite, é bom!
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