Trinta e oito anos. Trin-ta-e-oi-to. Três e oito. Faltam dois anos para os 40. Só dois anos. Dois e nada mais. Onde foi parar todo o tempo que eu achava que tinha?
Daqui a 4 dias eu faço aniversário e ainda estou tentando me acostumar com essa idade. Fico repetindo para mim mesma “trinta e oito é só um número, é só um número, é só um número”, mas meu cérebro é à prova de coach e essas frases de mentalização quase nunca exercem o efeito esperado.
A verdade é que eu não sei mais como deveria ser uma mulher de trinta-e-oito-quase-quarenta. Lá nos anos 1990, mulheres de 38 eram jovens senhoras, casadas, com filhos (provavelmente mais de um), casa própria. Hoje, graças ao botox, aos cremes caros e à terceira onda do feminismo, esses parâmetros não são mais tão óbvios. E tá ótimo, eles nem deveriam existir na verdade. Mas fico me perguntando: será que estou atrasada na vida ou envelheci antes do tempo?
Não sei nem se a resposta existe, na verdade, então resolvo não mais me incomodar com ela. Pelo contrário. Sendo velha ou jovem, uma coisa eu decidi sobre os meus 38: vou ser completamente fiel aos meus desejos. Temos um tempo limitado sobre a Terra. Pode ser que o budismo e o kardecismo estejam corretos e a reencarnação seja uma realidade. Mas pelo menos nesse corpo, a vida é uma só. E eu decidi que na minha, mando eu.
Isso significa mandar um foda-se para tudo o que me cerca? Não, de jeito nenhum. Estou há tempos demais nesse mundo para entender que algumas regras se fazem necessárias. Mas também já aprendi que na vida é preciso ter um pouquinho de rebeldia e liberdade para fazer as próprias regras.
As minhas são: não fazer da urgência do outro a minha prioridade, ter hora para parar de trabalhar, guardar os fins de semana para coisas divertidas, começar as manhãs fazendo algo que me dê prazer e comer sobremesa sempre que me der vontade. E DESCANSAR. Tem coisa mais revolucionária do que isso?
Curtinhas!
Um texto que mistura preguiça e Natalia Ginzburg. Amo os dois.
Um bom lembrete.
Vanessa Barbara dá dicas de livros sobre depressão.
Prazo impossível faz sentido? Não, não faz.
O que eu estou lendo?
Depois de meses namorando “Caixa de Palavras”, do José Roberto de Castro Neves, eu finalmente encontrei um exemplar por R$ 28 no sebo aqui perto de casa. Alegria incontida para uma fã de livros sobre livros. Mas a verdade é que nos últimos dias eu passei mais tempo selecionando as leituras que preciso fazer para a seleção do mestrado do que lendo, efetivamente. Inclusive, aceito sugestões de leituras por puro prazer. Me contem aqui o que vocês estão lendo?
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nada é mais revolucionário do que mandar na própria vida! a propósito, feliz aniversário! 🥳🥳🥳
Feliz aniversário! Me vi muito no seu texto, pois não me sinto com a idade que tenho. Você também se identifica com as meninas que dez anos a menos que vc? porque eu sim, e isso me preocupa às vezes... ehehehe