A pergunta me surgiu enquanto eu assistia o encontro da Chimamanda com a Djamila Ribeiro no festival LER essa semana. A autora falava do seu processo criativo e dizia que quando algo é de fato importante para nós, devemos aprender a silenciar os ruídos externos.
Eu não sei como a banda toca por aí, mas por aqui a trilha sonora é um heavy metal no último volume. Eu sei sim, o que é importante pra mim, e tenho uma lista extensa de projetos para tocar (geminiana, né?). Mas isso de silenciar os ruídos eu ainda não aprendi não. É como se os meus desejos sussurrassem e as demandas alheias fossem um solo de guitarra em uma caixa de som estourada.
Porém, Chimamanda deve saber do que está falando e eu vou tratar de aprender o truque. Muito provavelmente não devo escrever o próximo Americanah, mas quem sabe não sai algo bacana?
Da semana
Ainda sobre Chimamanda e Djamila... que dupla! Sai do evento com uma vontade absurda de ler tudo o que as duas escrevem. Ambas têm algo que eu admiro muito nas mulheres: a capacidade de passar seu recado e sua verdade sem omitir os seus próprios sentimentos, mas pelo contrário, tornando-os universais. Impossível não se conectar com as histórias delas, ainda que minha experiência como mulher branca de classe média seja muito diferente.
Chimamanda encerrou a sua fala dizendo que ama o Brasil e espera que, em sua próxima visita, nós tenhamos um presidente que nos represente mais. Se você espera, Chimamanda, imagine nós. E que venha outubro!
Curtinhas!
Quem aí concorda com o Suassuna?
As 5 linguagens do amor é um livro sensacional com uma capa cafona de doer. Se você ainda não leu e não tem ideia de qual seja a sua linguagem, vale conhecer! A @obvious.cc faz um post para a versão pet e eu amei. Dona Maria Beatriz é 100% toque físico.
Essa post da Coletiva te ensina truques para manter o ritmo da escrita. Sou particularmente fã da primeira dica: saiba PARA QUEM você está escrevendo!
O que eu to lendo no momento?
Comecei a ler “Aos meus amigos”, da Maria Adelaide Amaral, jurando que seria uma leitura leve e nas primeiras 20 páginas eu já chorava feito criança. Livro muito bem escrito sobre um grupo de amigos de meia-idade que se reencontra depois de anos em um funeral. Atenção: gatilho de suicídio.
Assim que voltei do evento com a Chimamanda peguei “Notas sobre o luto” para ler. A autora escreveu um ensaio muito honesto e sensível depois da morte do pai, no auge da pandemia. A clareza, a transparência e a vulnerabilidade emocionam de verdade.