O assunto dessa news não poderia ser outro, então já fica aqui o aviso de gatilho. É que no último mês eu fiz pouca coisa além de trabalhar e cuidar da Maria Beatriz, a vira-lata mais maravilhosa que esse mundo já conheceu (mãe coruja é isso aí, cês me perdoem)
Pois bem. Depois de 9 anos sendo a companheira mais fiel de dona Deila, senhora minha mãe, e a filha peluda mais doce e meiga que Copacabana já viu (falei que sou mãe coruja, né? Cês tão avisados), Bia se foi.
O câncer já é uma doença muito desgraçada em humanos, mas especialmente cruel em bichinhos que não fazem ideia do que está acontecendo. E aí, cabe a nós, tutores, definirmos a hora que o sofrimento vira crueldade. E qual é a régua? Não tem. Se já é difícil medir o sofrimento humano, como fazer isso com um cachorro? Diferentes de nós, que damos sinais de esgotamento aos primeiros sintomas, eles são mais resistentes e só vão "cair" quando as dores estão insuportáveis. Olha que maldade esperar por isso.
Decidir o momento certo da eutanásia foi uma das coisas mais difíceis que eu já tive que fazer e até agora, uma semana depois, eu me pergunto se estava atrasada ou adiantada na minha escolha. Tomei a decisão intuitivamente sem a menor certeza do que estava fazendo, mas certa de que nos últimos 4 meses Bia foi minha total prioridade. Aliás, minha e do pai dela que passou de "essa cachorra solta muito pêlo" para "Biazinha, minha filha, papai chegou! Toma aqui um petisco!". Fomos incansáveis nessa guerra que a gente já sabia que ia perder. Fiz carinho até não sentir mais a minha mão, sentei no chão frio até a lombar pedir arrego e agradeço por cada segundo que fiquei do ladinho dela.
Maria Beatriz foi muito corajosa e mesmo com tanta dor não dava nem um rosnadinho. No máximo se escondia debaixo da mesa de vez em quando. E Deus sabe o quanto eu quis me esconder com ela também. Mas estamos aqui, e seguimos. Com menos lambidas e rabinhos abanando, mas seguimos.
Da semana
Eu ainda estava digerindo a perda da Bia quando vi o vídeo da Giovana Ewbank defendendo os filhos de um ataque racista em uma praia de Portugal. Esse tipo de coisa acontece todos os dias, mas quando acontece com criança é especialmente cruel e dolorido. Se eles não fossem filhos de pais famosos, jamais receberiam essa visibilidade toda, é verdade, mas acho que o caso serviu para levantar debates muito importantes sobre o privilégio branco. Já que ele existe e não podemos fugir dele, que tal usarmos para algo que preste?
Curtinhas!
Ando bem com vontade de fazer esse curso aqui da Débora Tavares, ó! Aliás, quem ainda não segue a Débora, faz favor!
Um vício esse instagram do @igorgadioli!
Esse site te ensina a dizer não e eu to apaixonada.
O que eu to lendo?
Releitura vale? “A Casa dos Espíritos”, da Isabel Allende foi uma das leituras escolhidas no Lendo Mulheres Clássicas e eu to AMANDO reler. Clara Del Valle é uma das melhores personagens da literatura latino-americana, disputando ali o top 1 com Ana Terra. Quem quiser se juntar a nós, dia 10/08 tem encontro no Google Meet. E quem já leu pode ver o filme também. Está disponível no YouTube e na HBO Max.
Ah, e se quiser comprar pra ler com a gente, meu link da Amazon tá aqui!