As vozes femininas do horror contemporâneo

#90 Zero Pretensões e Sentimentos Aleatórios

Photo by Ján Jakub Naništa on Unsplash

Em meio a horrores reais - guerra no Oriente Médio, caos climático, avanço da extrema direita e [preencha aqui com a última matéria de capa do G1] - eu sempre me refugio no… horror. Não o real, que provoca crises de ansiedade e um certo medo de andar na rua, mas o imaginário, fruto da mente (às vezes doentia) de escritores e cineastas. É ali, entre vampiros, fantasmas, monstros e assassinos de mentirinha, que eu encontro um alento para os meus temores. 

Posso parecer louca para quem não curte o gênero, mas a explicação é para lá de óbvia e quase piegas: o gosto para terror/horror vem do meu pai, que adorava contar histórias de espírito e passar horas vendo filmes como O iluminado ou O Exorcista. Longe de me sentir insegura, era ali, na sala de casa que eu me sentia mais protegida e ligada a ele. Até hoje, é um lugar ao qual eu recorro quando algo não vai bem no mundo real. E se boa parte da população brasileira espera ansiosamente o Carnaval chegar, eu fico ansiosa mesmo é para o Halloween. 

Esse ano, decidi deixar um pouco os clássicos de lado e mergulhar nas mulheres que andam fazendo BOA literatura de horror agora mesmo, enquanto você lê esse texto. Diferente da violência explícita típica dos autores homens, o horror feminino é mais sutil, mais cheio de nuances. O medo se disfarça em meio às situações cotidianas, se mistura com a loucura e abre espaço para um universo rico em possibilidades e temores.