“Eu te amo, Dexter. Eu só não gosto mais de você”. Se você leu “Um Dia” ou viu o filme com a Anne Hathaway, provavelmente se lembra dessa fala. Ela marca uma ruptura na amizade de Dexter e Emma, os dois protagonistas, e sintetiza muito bem esses afastamentos que acontecem ao longo dos anos.
Comigo acontece com uma certa frequência. Tenho na minha vida pessoas que eu amo com todo o coração. Mas não sei se gosto delas como gostava antes. E o pior (ou melhor): raramente posso culpá-las por essa mudança.
As amizades são construídas sobre alicerces comuns. Na adolescência, isso pode significar ser fã de determinada banda ou até ter ranço de uma pessoa em particular, porque afinal de contas, a aversão também une. As descobertas dessa fase são a cola que mantém esses elos por anos a fio.
Então crescemos. Nos tornamos (ou deveríamos nos tornar) mais conscientes de nós mesmos. Quem somos, os valores nos guiam, as decisões tomamos, os nossos objetivos e até mesmo as nossas escolhas políticas fazem parte desse universo que compõe nossa personalidade. Às vezes, as amizades se expandem para acolher esse nosso “novo eu”. Às vezes, não. Às vezes, passamos a vida inteira aceitando determinada dinâmica. Às vezes não.
Cabe a nós, adultos supostamente funcionais, decidir se ficamos ou se nos esprememos para caber em uma relação que não mais nos acolhe. Mas também cabe a nós, adultos supostamente funcionais, decidir se abrimos espaço para esse novo/velho amigo, que está em constante mutação. Independente de que lado da equação estamos, amizades estão aí para serem revistas, revisitadas, reconstruídas ou, simplesmente, guardadas em um lugar diferente do coração.
Convivo com quem eu gosto, guardo quem eu amo, e fico imensamente feliz quando as duas coisas coincidem. Quando não, o baile precisa seguir.
Curtinhas!
Poemas do Julierme são sempre coisa linda de se ler.
A gente subestima o processo, sabe?
Significados “ocultos” na música da Rihanna.
Um livro que eu já quero ler.
E mais 10 biografias de mulheres fodas.
Uma lindeza que gruda na cabeça.
Precisar é uma coisa, amar é outra. Texto foda da
para a newsletter da Obvious.O que eu estou lendo?
Além de Falso Espelho, coletânea de ensaios da Jia Tolentino que eu leio aos poucos para não acabar, chegou aqui em casa o novíssimo O Dia Escuro, coletânea de contos de terror organizada por Fabiane Secches e Socorro Acioli. Só por esses nomes a compra já estaria valendo, mas aqui temos textos de Ana Rüsche, Andréa Del Fuego, Eliana Alves Cruz, Fabiane Guimarães, Mariana Salomão Carrara, para citar apenas algumas! Preciso dizer que ele já está todo marcado?
E não custa lembrar: os livros que eu cito aqui nessa newsletter sempre vêm acompanhados de um link de afiliado da Amazon. Ao comprar qualquer item através desses links, eu ganho uma pequena porcentagem e você não paga nada mais por isso. Vamos ajudar essa produtora de conteúdo a adquirir mais livros e falar mais sobre eles, em um ciclo sem fim de bons conteúdos na internet? :)