A frase do título não é minha e, infelizmente, eu fui entender o seu sentido muitos anos depois de tê-la lido pela primeira vez. Ela é do Austin Kleon, um dos meus artistas/escritores favoritos.
Não lembro quando foi a primeira vez que eu li “Roube como um artista”, mas até hoje eu releio pelo menos uma vez por ano. O livro está cheio de dicas de como viver uma vida mais criativa, mas essa é, de longe, a minha preferida. Ele continua:
“Se você tem duas ou três paixões, não sinta como se precisasse escolher entre elas e ficar com uma. Não descarte. Mantenha todas suas paixões na sua vida. Não se preocupe com a coerência entre uma parte e outra - o que unifica todo o seu trabalho é o fato de que você o fez”.
Lembrei dessa frase essa semana, ouvindo o podcast NUA, com a participação da
. Me apaixonei pela escrita dela quando descobri a Vou te falar, e desde então, não perco nada que ela faz ou fala. Mas esse episódio deste podcast específico, bateu por aqui de um jeito diferente.Uma das falas da Ana Raia, a apresentadora, ressoou muito em mim.
“Se eu nego partes de mim, eu fico fragmentada e fico tentando preencher esse buraco com validações externas. Eu me afasto de quem eu sou”.
A gente precisa aprender a reconhecer as verdades que regem nossa vida e essa é uma delas. Passei anos tentando fazer com que minhas paixões - a literatura e o branding, a moda e o cinema - conversassem entre si. Queria que tudo fizesse sentido para caber no feed do Instagram, na minha personalidade e, principalmente, no entendimento alheio. “Fazer sentido” era uma fixação que escondia o “ser compreendida”. Mas olha, se nem a gente se entende o tempo todo, não é um pouco demais exigir isso dos outros?
A minha geração presenciou o bullying feito com pessoas que não se encaixavam em uma profissão (ou em uma paixão) só. Ser modelo/ator/DJ era o mesmo que não ser nada, não saber o que queria da vida. Essa percepção vêm mudando e ganhou até um nome bonito: multipotencialidade. Agora é mais comum abraçarmos todas as nossas paixões e seguirmos o conselho de Austin Kleon. Mas isso não quer dizer que seja fácil.
No podcast, a Carolina conta como foi abandonar um projeto que ela amava (o Finanças Femininas) mas que não fazia mais sentido com a vida que ela queria viver. A solução foi encerrar aquela fase, viver o luto e correr atrás da sua paixão maior, a literatura. Me identifico com isso 1000% e volta e meia eu me pego pensando em como seria a minha vida se eu conseguisse viver só de livros e estudos. Ao mesmo tempo, algo em mim diz que devemos deixar nossos hobbies livres da responsabilidade de pagar as contas (falei sobre isso aqui).
Eis que me deparo com esse texto da
e acho que ela está bem certa.Se você leu esse texto até aqui tentando obter uma resposta sobre o que fazer com as suas paixões, se elas são um belo hobby ou se são monetizáveis (palavrinha detestável, aliás), sinto dizer que não posso te ajudar. Eu mesmo ainda estou buscando por elas, sem saber se há uma transição de carreira no fim desse túnel.
Mas vou repetir as palavras de Austin Kleon: Mantenha todas suas paixões na sua vida. Mesmo que não faça sentido para mais ninguém.
Curtinhas!
As respostas que o Brasil queria. #mariellepresente
Esse texto da Babi me lembrou de um antigo projeto: ler um conto por dia, de qualquer autor que eu encontrar aqui em casa. Será que retomo?
Viúvas me irritam profundamente (mas não, não é isso que você está pensando).
Vinte anos depois, sobre Cidade de Deus e a “esnobada” do Oscar.
Com tantos livros abarrotando as estantes de casa, eu poderia querer? Não. Mas eu quero!
Se tá todo mundo querendo vida real na internet, por que a gente não combina de fazer isso no próprio perfil?
O que eu estou lendo?
“Um Caminho para a liberdade”, da Jojo Moyes. Em 1937, no Kentucky, cinco mulheres decidem aderir a um programa do governo e criar uma biblioteca itinerante. Elas vão percorrendo as montanhas a cavalo, levando literatura e conhecimento para as famílias da cidade. Baseado em uma história real, o romance fala sobre o poder libertador dos livros e o preço que as mulheres pagam pela independência. Nunca tinha lido nada da autora, mas estou adorando! Aqui não tem grandes experimentações na forma, frases marcantes ou inovações literárias. Ler Jojo Moyes é sobre o prazer de ler uma boa história. Afinal, é pra isso que a gente lê, não?
E você já sabe: ao comprar qualquer item através dos links dessa news você ajuda essa produtora de conteúdo a adquirir mais livros e falar mais sobre eles, em um ciclo sem fim de bons conteúdos na internet. :)
Tati, que coisa mais linda! Fiquei emocionada. Amei sua edição!
qual é o sentido de abrir mão de uma parte que a gente gosta, né? só vale a pena abdicar daquilo que nos faz mal...