Para mim, existem duas formas de “dar certo” na vida adulta: construir relacionamentos saudáveis e manter a vida burocrática em ordem. No primeiro item, eu mando bem. Graças a anos de terapia, hoje eu sei identificar quem eu quero do meu lado e o que devo fazer para essas pessoas me quererem ao lado delas também. Já no segundo, eu sou um caos.
Não é por falta de tentativa e nem por não reconhecer a sua importância. Venho de uma família que teria evitado múltiplos problemas se soubesse o valor de um contrato, se não tivesse preguiça de ler as letras miúdas ou se fosse um pouco mais rigorosa com as tais burocracias.
E hoje, cá estou eu, aos 38 anos, tentando aprender a fazer o imposto de renda, criando pastas no computador, digitalizando documentos e tentando pagar as contas em dia… só para falhar miseravelmente na missão.
A razão do caos me escapa. Eu sou inteligente, dou conta de aprender essas coisas. Eu sou organizada, odeio perder prazo. E mais do que tudo: eu quero ser uma adulta funcional, que dá conta das suas responsabilidades e não tem um mini infarto quando abre a conta bancária ou o site do Serasa. Por que, quando combinadas, essas características não dão conta de criar um cenário propício para a burocracia se resolver?
A ideia desse texto veio ainda há pouco, quando organizando a agenda da semana eu vi quantas tarefas do tipo eu vou precisar dar conta até sexta. São os trâmites de alugar o apartamento da minha mãe agora que a inquilina (outra que não sabe lidar com as burocracias) saiu, falar com a síndica, com a imobiliária. Marcar médico, fazer o planejamento financeiro de agosto, programar pagamentos, emitir a nota fiscal dos clientes… O que eu sinto, logo de cara, é uma angústia profunda. “E se eu falhar? E se eu deixar alguém sem resposta? E se surge um personagem kafkiano dizendo ‘a senhora não tem capacidade cognitiva para ser adulta, volte já para a sua adolescência’”.
Aliás, o meu medo é exatamente esse: alguém descobrir que por trás dessa mulher de quase quarenta, eu sou uma fraude, alguém que adulteceu por acaso, e não pela passagem do tempo.
Quero fazer por merecer o título de adulta funcional, saber dizer de primeira onde está a minha certidão de nascimento original (para não tomar outra volta do cartório), qual é a data da próxima vacina da Alcione, quanto eu ganho, quanto eu gasto, se o melhor é aplicar em renda fixa ou variável, como declarar o imposto de renda corretamente. Em suma, eu quero ganhar um prêmio imaginário pela organização e pela competência.
Deus, Tu já me fizeste baixinha. Não poderia ao menos me tornar burocraticamente correta?
Curtinhas!
Sobre desistir, começar, continuar, apagar.
Será que estamos comprando livros demais?
Livros tóxicos? Como assim?
Uma receita que eu quero testar já!
Essa análise de mascotes esportivos da
está sensacional!
Ando emocionada demais com as Olimpíadas e essa lista colocou um cisco no meu olho.
Um bom lembrete!
O que eu estou lendo?
Gosto de ter novidades nessa seção da newsletter todas as segundas. Mas a verdade é que eu, eterna piriguete literária, entrei numa onda de monogamia. “Melhor não contar”, da Tatiana Salem Levy (que eu comentei rapidamente semana passada), está me revirando pelo avesso. Em breve vem um texto só sobre ele, porque esse merece.
E não custa lembrar: os livros que eu cito aqui nessa newsletter sempre vêm acompanhados de um link de afiliado da Amazon. Ao comprar qualquer item através desses links, eu ganho uma pequena porcentagem e você não paga nada mais por isso. Vamos ajudar essa produtora de conteúdo a adquirir mais livros e falar mais sobre eles, em um ciclo sem fim de bons conteúdos na internet? :)
A burocracia é o principal vilão de todo adulto, certeza. Hahaha
obs: amei estar no "Curtinhas!" :)
Espero que Deus estenda a parte boa para todas as baixinhas, estou na fila!!! hahahah bjks