Graças ao período de recuperação pós-cirurgia, o mês de maio rendeu. Descobri muita coisa nova e o saldo foi super positivo. Para quem gosta de dicas, já pega um café, enche a garrafinha d’água e se acomode, que essa vai ser longa. :)
Livros
A biblioteca no fim do túnel: quem acompanha o Rodrigo Casarin aqui na Página Cinco ou no UOL já sabe que as indicações de livro que ele dá são sempre certeiras. Mas ver várias delas reunidas e impressas assim, num livro para quem gosta de livro, é um prazer à parte. Recomendo pra todo mundo, dos leitores mais experientes àqueles que estão querendo desenvolver o hábito da leitura. Curti demais!
A Pediatra: quem ama odiar um protagonista vai gostar desse livro da Andrea Del Fuego. Cecília é uma neonatologista que odeia crianças e tem um caráter, digamos, peculiar. Extremamente ética como profissional, ela abraça o egoísmo sem remorso nas relações pessoais e nem o filho do amante escapa às suas loucuras. Eu não esperava gostar tanto e agora quero ler até a lista de compras da Andrea.
Memórias Póstumas de Brás Cubas: tenho consciência que vou parecer a aluna nerd do ensino médio, mas não ligo. Esse livro é uma das melhores coisas que você vai ler na sua vida. Reli por conta do clube do Sutilezas Atômicas, o Dedo de Prosa (falei dele aqui), e confirmei a impressão que tive há anos, na época da primeira leitura: Machado de Assis é um dos maiores autores do mundo. Uma pena que a escola tenha nos instalado esse ranço com literatura brasileira, porque todo mundo deveria ler o tal “defunto autor”.
Filmes
Veríssimo: arrastei meu marido para o cinema esperando um documentário verborrágico sobre um dos meus autores favoritos e recebi… um filme sobre o silêncio. Isso que dá não ler a sinopse. Na verdade, esse é um filme sobre os 80 anos do escritor e traz duas coisas com as quais temos dificuldade de lidar: velhice e introspecção. Em alguns momentos dava um desconforto físico ver alguém extremamente tímido sendo obrigado a interagir com humanos quando está na cara que preferia estar lendo um livro quieto, na sua. Me identifico demais, mas fico feliz que o tenham convencido a participar do doc. É de uma delicadeza que faz a gente sair mais leve do cinema.
A Grande Entrevista: convencer o Príncipe Andrew a dar uma entrevista sobre sua amizade com Jeffrey Epstein depois do escândalo de tráfico sexual não é tarefa para qualquer um. Quem consegue a proeza é a produtora Sam McAllister, da BBC, o que rende um dos programas mais assistidos da TV britânica nos últimos tempos. O filme conta os bastidores das negociações e deve agradar os fãs de jornalismo (ainda existe algum por aí?). Não achei um filmaço, mas ainda vale a experiência.
Ligados pelo amor: esse é um daqueles filmes que afastam o público pelo título ruim, mas na verdade é uma gracinha. Ele conta a história de um escritor que fica obcecado pela mulher depois da separação, o que acaba afetando todos os membros da família. Mas nada pesado, o drama é leve e o que sobressai é a comédia. O elenco também é de primeira: Greg Kinnear, Jennifer Connelly, Lily Collins, Nat Wollf e Logan Lerman.
Séries
Bridgerton: a terceira temporada foi muitíssimo aguardada aqui em casa e essa primeira parte não decepcionou. O casal “Polin” entregou tudo na cena da carruagem, mas antes de shippar os dois tal qual uma adolescente, vou esperar pela segunda parte, quando sinto que o caldo vai engrossar com as cenas mais dramáticas. Mas, posso dizer?, fico com um orgulho vira-lata quando vejo atores gringos se divertindo no Brasil e elogiando a experiência.
Yellowstone: John Dutton agora é governador de Montana, Jamie continua bundão, Beth continua sendo a melhor personagem da série, e o Ryan faz aniversário todos os dias. Confesso que estou achando o ritmo mais lento, falta tiro-porrada-e-bomba, mas to degustando aos poucos com medo do que vem por aí nessa segunda parte.
The Crown: a (não) reação da família real à morte de Lady Di sempre me intrigou demais e confesso que estava ansiosa para ver como a série mostraria esse pedaço da História. O melhor retrato desse momento continua sendo do filme “A Rainha”, porém, cafona que sou, admito que chorei na cena em que Charles conversa com Diana já falecida no avião. Agora em junho termino os últimos episódios e volto para contar o que achei.
Música
Too Sweet foi minha trilha sonora oficial de banho esse mês. Além da melodia que gruda na cabeça como chiclete (graças aos Reels do Instagram), ela me pegou por ser contada do ponto de vista de um cara completamente fiel aos seus desejos, e até um pouco orgulhoso da vida desregrada que leva. Eu sou 100% “early bird” como ele diz na música, mas numa era em que até o hábito de acordar cedo e se preocupar com a saúde foi sequestrado pelos coaches, a rebeldia é sempre bem-vinda. Fora isso, Hozier é irlandês e já tem um espacinho no meu coração, ao lado de The Corrs, Cranberries e U2.
Podcast
Apaixonada que estou com a escrita da Mariana Salomão Carrara, corri para ouvir esse episódio do Posfácio Podcast. Que delícia é ouvir a autora contando como é seu processo de escrita e de onde vem as inspirações para as suas personagens! Já coloquei “Se Deus me chamar não vou” e “É sempre a hora da nossa morte amém” na minha lista de leituras.
Perfil
Para além do gosto literário impecável da Manu, do @manubookworm, o perfil vale pela estética. A luz, o cenário, a composição, tudo remete a uma cabana no meio do mato com um vinho e uma lareira acesa. Se fosse preciso traduzir aconchego em uma imagem eu mostraria o perfil da Manu.
Newsletter
Lendo sobre “Três camadas de noite”, o novo livro da (já quero, inclusive), descobri que ela tem uma newsletter chamada . Acho que o maior elogio que eu posso fazer é: gosto de ver como a mente dela funciona, sabe? Se não fossem tantos links interessantes, daria para maratonar em poucas horas, de tão fluida que é a escrita da Vanessa. Mas aí qual seria a graça, não é mesmo? Essa é para degustar aos pouquinhos.
Aleatoriedades
Quem mora no Rio já deve conhecer. Mas se não conhece, me faça o favor de ir até a rua Dezenove de Fevereiro, bem na esquina com a Voluntários da Pátria, e visitar o Baratos da Ribeiro. O sebo é um dos meus lugares preferidos em Botafogo e eu sou capaz de ficar horas - repito: HORAS - por lá. É cada achado por menos de 20 reais, que olha… passeio imperdível para quem gosta de livros!
Agora conta aqui: já viu/leu/ouviu alguma coisa que eu recomendei na news de hoje? Vamos trocar figurinhas! E aceito outras dicas também, viu?
E você já sabe: ao comprar qualquer item através dos links dessa news você ajuda essa produtora de conteúdo a adquirir mais livros e falar mais sobre eles, em um ciclo sem fim de bons conteúdos na internet. :)
Eu vou ter que ler A pediatra. Não tem jeito!!!
“a pediatra” é um ótimo exemplo de como personagens odiáveis podem ser tão incríveis.