A cada vez que alguém usa a palavra “produtividade” fora de contexto morre um panda. E esse texto não é uma apologia à inutilidade, visto que todos nós precisamos produzir algo que não seja lixo, barulho ou paranóias na cabeça de outra pessoa. Mas quando foi que elevamos ao status de arte a habilidade de fazer caber 472 tarefas em um único dia?
Se tem uma coisa que me irrita é aquela frase “seu dia tem as mesmas 24 horas que os da Beyoncé”. O dia pode ter, mas euzinha aqui não tenho os mesmos 108 funcionários e preciso, entre um texto e outro, lavar a louça que ficou na pia e colocar a roupa para bater.
E foi aí, pensando em formas de descomprimir e adicionar um pouco mais de prazer à rotina, que eu me peguei tentando descobrir como poderia monetizar minha paixão pela literatura. (Aliás, a própria palavra monetizar já mostra que o mundo deu errado.) Como pagar boletos lendo livros e falando sobre eles, chat GPT? Pode me dar sugestões?
Na minha cabeça, essa seria a tábua de salvação, a porta do Titanic. Eu passaria menos tempo trabalhando como social media (o que eu adoro, mas é exaustivo), um pouco afastada da loucura das redes sociais e ainda conseguiria ganhar dinheiro com o que eu amo. Ideia genial, né? Só tem um detalhezinho que atrapalha meu rolê…
A partir do momento que eu jogo no meu momento de relaxamento a responsabilidade de pagar os boletos, o que sobra? Vou relaxar como? Fazendo posts? Se a gente começar a ganhar dinheiro com as nossas paixões, será que vamos continuar amando o que amamos a vida inteira?
Trabalhar com o que a gente gosta é uma delícia, e eu recomendo que todo mundo tenha essa experiência. Mas fico aqui pensando que essa ideia acabou gerando um efeito colateral péssimo: estamos descansando cada vez menos, produzindo cada vez mais e sentindo culpa a cada vez que nos dedicamos a um hobby qualquer. A nossa criatividade agora cabe em uma caixinha de fósforos porque o ócio criativo virou pecado.
Essa semana me propus a inverter essa lógica com, no mínimo, 15 minutos dedicados a mim. TODOS os dias. E fica aqui o convite para você fazer o mesmo, sem culpa! Vamos encarar como um presente a nós mesmas, só pelo fato de estarmos aqui. ;)
Curtinhas!
Um lembrete para tatuar na testa:
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10 livrarias incríveis em São Paulo. Já comprei até a passagem!
5 filmes dirigidos por mulheres para ver nos streamings em setembro
O que eu estou lendo?
Depois de meses na minha lista, eu finalmente comprei “Outro Lugar”, da Ayelet Gundar-Goshen. No livro, acompanhamos a história de Lilach, uma israelense que se muda de Israel para Palo Alto, nos Estados Unidos, em busca de uma vida mais tranquila. Mas um atentado a uma sinagoga vai desencadear uma série de acontecimentos que vão mudar completamente a vida da sua família.
E claro, você já sabe que ao comprar qualquer item através dos links dessa news você ajuda essa produtora de conteúdo a adquirir mais livros, em um ciclo sem fim de bons conteúdos na internet. :)
Esses quinze minutinhos de auto-amor e auto-cuidado são essenciais para mantermos a sanidade.
Alguém salva a gente dessa mania de achar que até o hobby tem que ser planilhado. Adorei o texto! <3