Eu não sei exatamente em que momento eu me tornei mãe da minha mãe. Talvez tenha sido quando meu pai faleceu, ou quando ela terminou seu terceiro casamento. Só sei que em algum momento as coisas se inverteram e eu ganhei uma filha de 72 anos (60 e poucos, na época). E se ninguém te prepara para o puerpério de um bebê, te preparam menos ainda pra maternar uma mulher adulta.
Veja bem, minha mãe não tem uma doença terminal nem nada que a impeça de comandar a própria vida. Ela só decidiu que assuntos desconfortáveis ou burocráticos como finanças, contratos de aluguel e telefones celulares são muito mundanos pra sua mente aquariana. O problema é que a geminiana aqui também não sabe exatamente o que está fazendo com a própria vida, quiçá com a vida de outrem.
Olhando ao redor, vejo que não estou sozinha. Algumas amigas também passam pelas mesmas coisas, o que nos coloca na situação inusitada de avós de nós mesmas. (Será que é por isso que eu não paro de me oferecer guloseimas? A investigar).
Acho que esse movimento é da vida. Nossos pais envelhecem e, em algum momento, vão precisar ser cuidados. A chave aqui está no verbo "precisar". O que fazer quando essa inversão não é fruto da necessidade e sim, do desejo?
Queria muito terminar esse texto com uma mensagem edificante, mas a verdade é que eu tenho muito mais perguntas do que respostas. Eu preciso pagar seguro incêndio? Qual farmácia tem remédio mais barato? Será que eu paguei o gás esse mês ou mês passado?
Apesar de sentir falta do tempo em que as perguntas eram mais filosóficas, dá um certo orgulho de ver que minha “filha/mãe” está saudável, com as contas em dia e caminhando em direção a uma velhice razoavelmente tranquila. Já a dor no joelho ela diz que começou a sentir em 1984, dois anos antes de eu chegar a esse mundo. Nem tudo é problema meu.
Da semana
Desde o lançamento do documentário na Globoplay, só se fala em Xuxa x Marlene Mattos. Eu tenho minhas opiniões - que por fadiga vou guardar pra mim -, mas sempre fico intrigada com o fenômeno Fla x Flu em final de campeonato. Afinal de contas, quando foi que a gente determinou que precisa tomar partido de absolutamente toda e qualquer briga na internet?
Curtinhas!
Honestamente, não sei se achei criativo ou só perturbador.
Casamento é isso aí.
Esse texto da Babi Bom Angelo me deixou reflexiva. (sim, eu acumulo as news que eu gosto para maratonar com calma e doce de leite!)
O melhor podcast de 2020 virou filme e eu já to com roupa de ir.
Sonhando com uns diazinhos em São Paulo pra fazer esse circuito e ver os amigos!
O que eu estou lendo?
Às vezes a gente só precisa descomprimir, sabe? Eu faço isso de um jeito inusitado: lendo true crime ou histórias policiais. O da vez é o "Noite das Bruxas", da Agatha Christie. O romance vai virar filme com Kenneth Branagh novamente no papel do detetive Hercule Poirot. Curioso porque, na minha cabeça, Poirot sempre foi o ator Ewerton de Castro. Branagh me parece muito galã, não?
Mas, apesar de ainda não ter conseguido identificar a trama do livro no trailer do filme, estou prontíssima para a estreia no dia 14 de setembro.
E vocês, o que tem lido por aí?
Lembrando que ao comprar qualquer produto através dos links dessa news, você contribui com a minha escrita e me ajuda a comprar mais livros em um ciclo sem fiiiiim de produção de conteúdo bom na internet.
Tati, bora assistir o filme da Ângela juntas? Adorei Praia dos Ossos, que foi indicação tua.
Uau!
Curti o trailer de Angela heein?!
Comecei a ler Véspera, da Carla Madeira.
Em breve trago insights :)