“Take for granted” e o mito do amor incondicional
#53 Zero Pretensões e Sentimentos Aleatórios
É raro o inglês ter uma expressão melhor do que o português, mas abro aqui uma exceção para “take for granted”. “Tomar como garantido” não tem a mesma sonoridade e nem a mesma força do original em inglês, mas ainda assim explica a maneira como muita gente vive suas relações.
Seja com os pais, filhos, maridos, esposas, namorados, namoradas, irmãos ou amigos, não importa. Em algum momento ficamos tão confortáveis ao lado dessas pessoas que simplesmente tomamos seu amor como garantido e nos damos certas liberdades. É uma falta de cuidado aqui, uma falta de escuta ali, uma palavra mais ríspida, pequenos abusos que - sim, até nós, pessoas legais e evoluídas - cometemos.
Não desejo a ninguém a incerteza do amor do outro. Para amar, nós precisamos de terra firme, pés bem fincados no solo. Precisamos saber que somos livres para cometer erros (já que somos humanos), e ninguém vai nos abandonar de uma hora para outra. Também não sou a favor de jogos nas relações amorosas e odeio frases batidas como “não dá atenção que fulano corre atrás”. Nos meus relacionamentos, prefiro segurança à aventura, sempre.
Disclaimer feito, continuo acreditando que o “amor incondicional” é uma falácia. As mães que me lêem podem discordar, mas basta a gente abrir o jornal para perceber que nem todos os amores maternos são iguais. Saber que nada, nem o amor de mãe, é garantido, pode nos ajudar a ter relações melhores, mais cuidado com o outro, mais consciência de que todas as relações têm limites.
Ao contrário da paixão, que convida a fazer grandes gestos, o amor é feito de pequenas sutilezas. Uma mensagem, uma fala, um ombro, um colo. Acreditar que o amor que você recebe hoje é vitalício e não precisa ser cultivado é uma grande armadilha. Procure não cair nela.
Curtinhas!
Parece ficção científica, mas é verdade.
A gente precisa falar sobre a instituição que é Milton Cunha.
Veio depois do Carnaval, mas vale para o ano inteiro.
Utilidade pública.
É chapa branca, mas é legal.
O que eu estou lendo?
Confesso que “Pequena Coreografia do Adeus” me pegou de um jeito que não achei que fosse possível me pegar. Além de me identificar com a protagonista em diversos momentos, fiquei com uma pulguinha atrás da orelha. Uma vontadezinha de escrever ficção, de me arriscar para além dos limites seguros dos textos 100% autorais.
Sem a menor pretensão de escrever o romance do século (e nem o da semana), vou começar de pouquinho em pouquinho. Você, que escreve ficção, me dá dicas? Estou aceitando todas.
E você já sabe: ao comprar qualquer item através dos links dessa news você ajuda essa produtora de conteúdo a adquirir mais livros e falar mais sobre eles, em um ciclo sem fim de bons conteúdos na internet. :)
nada é garantido nunca, né? mas às vezes a gente precisa acreditar que é para não ficar na angústia.
Pequena Coreografia do Adeus é demais!
Comecei despretensiosa e terminei pensando em ler novamente no futuro!