Entre boletos, caos climático, ascensão da extrema-direita, crise da previdência e descobrir que Cauã Reymond é um macho tóxico, não há outra solução além de dissociar um pouco da realidade.
Na infância, a gente jurava que os adultos tinham todas as respostas: do joelho ralado aos problemas de matemática. Aí quando chega a nossa vez, parece que mudaram todas as perguntas. Atire o primeiro Labubu quem nunca quis voltar a ter oito anos de idade.
Eu juro que por aqui a terapia está em dia e eu não tenho a menor intenção de virar mãe de bebê reborn. Mas, ao mesmo tempo, estou feliz que elas existam. Tenho esperanças de que agora vão me deixar ser mãe de pet em paz.
Não vejo lógica em gastar uma fortuna num bicho de pelúcia e pendurá-lo na bolsa - pelo menos não para quem já passou dos 12. Mas não julgo. Cada um faz o que quer, compra o que tá afim, e se não faz propaganda do jogo do Tigrinho, tudo bem por mim.
Eu mesma recorro aos Bobbie Goods quando sinto que estou prestes a perder o réu primário. É como se eu dissesse; “foda-se você, tudo o que me importa nesse momento é esse degradê aqui do pôr-do-sol”.
Psicólogos, sociólogos, antropólogos com certeza darão explicações mais embasadas para o fenômeno da infantilidade. Há quem defenda, há quem faça um recorte necessário de gênero, há quem se pergunte porque os hobbies ditos “femininos” logo se tornam uma ótima oportunidade para o capitalismo vender mais e mais e mais. (Concordo: já caí no esquema de pirâmide das canetinhas coloridas). Mas eu, honestamente, ando sem energia para me aprofundar.
Quando a vida adulta me atravessa - com suas questões reais, graves e complexas - eu faço o que é preciso (não porque tenho um grande senso de dever, mas porque os problemas têm a mania irritante de aumentar quando não lhes damos atenção). Mas depois, confesso, tudo o que eu quero é deitar no sofá, me cobrir e assistir séries adolescentes até a alma voltar para o corpo.
Questione meus métodos, mas jamais meus resultados. No dia seguinte estou pronta para ser adulta de novo.
Curtinhas!
E por falar em comédia romântica, aqui vai uma lista digna de maratona (nada supera o 10º lugar).
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Se minha caixa de email fosse impressa, hoje eu estaria nadando em uma piscina de cartas, tal qual a Xuxa nos anos 90. No momento em que eu escrevo, são 6.348 na caixa de entrada. E se você me perguntar, sim, eu acredito que em algum momento eu vou conseguir limpá-la e deixar ali só o que é, de fato, importante.
O que eu estou lendo?
É com muita, muita, muuuuita alegria e empolgação que eu aviso: o Lendo Mulheres Pelo Mundo está de volta. O clube que nasceu na pandemia, ainda com o nome de Lendo Mulheres Clássicas, foi reformulado e agora se reúne uma vez por mês para ler literatura contemporânea escrita por mulheres de diversos países.
Nossa primeira parada vai ser aqui do lado, na Argentina, com a Samantha Schweblin e seu romance Kentukis. Uma brevíssima sinopse: “O que aconteceria se fosse permitido às pessoas entrar na casa de desconhecidos e circular livremente por meio de um dispositivo tão adorável quanto um robô de pelúcia? Do que somos capazes quando guiados pelas regras incertas de um novo contrato social e sob a garantia do anonimato?”
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tem dias que bate muita saudade de ser criança, principalmente quando aparecem boletos de grande valor. hahaha
Adorei esse texto. Também me sinto assim. Deixa a gente ser feliz! Já é tanta coisa na nossa cabeça, tanta culpa, e ainda querem colocar mais. Deixa a gente!!!!